Desde o início da ofensiva da operação lava-jato em março de 2014 o Brasil vem gradualmente passando por uma revolução não declarada e não planejada. O que iniciou-se como uma investigação para levar à justiça doleiros que compunham quatro organizações criminosas de lavagem de dinheiro e demais crimes de corrupção, revelou-se algo muito maior do que o imaginado.
A operação revelou o maior esquema de corrupção da história do Brasil, e levou ao banco dos réus o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, além de diversos outros políticos e empresários influentes que comandavam um esquema de corrupção financeira e política que drenou as forças do país, resultando em um período de crise, recessão e do impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff.
Parafraseando o ex-presidente Lula, “nunca antes na história desse país” os grandes caciques políticos e financeiros foram colocados atrás das grades. A operação lava-jato e suas consequências foram as responsáveis por despertar o povo brasileiro, que dormia em berço esplêndido, para que uma vez despertos para a realidade alarmante do país, fossem os protagonistas das maiores manifestações de rua que esse país já teve.
O povo brasileiro assumiu a responsabilidade das mudanças necessárias, e saindo às ruas desde 2014, mudou o próprio destino, e passou desde então a ser o autor de sua própria história.
Pessoas honradas de diversas camadas sociais se uniram em prol de um Brasil livre da corrupção e do socialismo, e todos unidos em torno da operação policial que iniciara a limpeza dessa nação, a lava-jato.
Sergio Moro, o herói caído?
Recentemente foi publicado pelo The Intercept Brasil supostas conversas entre os procuradores da lava-jato e o então juiz federal, hoje ministro da justiça, Sérgio Moro. A matéria produzida pelo The Intercept Brasil tenta claramente lançar suspeitas de irregularidade sobre os processos da operação lava-jato, ao revelar supostas conversas irregulares entre Sérgio Moro e o procurador Deltan Dellagnol quando do processo que condenou o ex-presidente Lula. A reportagem foi publicada após o celular do Ministro Sérgio Moro e de demais membros da operação lava-jato ter sido hackeado. A intenção é clara para qualquer um que saiba somar dois mais dois. Mas antes que eu explique as possíveis consequências dessa reportagem de suposta irregularidade da operação lava-jato, é preciso falar um pouco sobre o site The Intercept Brasil.
O jornal online foi fundado em 2014 pela First Look Media. Glenn E. Greenwald é o editor chefe e fundador do empreendimento. Recentemente o jornal ganhou destaque por postar matérias de conteúdo duvidoso e possivelmente criminoso no qual acusa o ex-juiz Sérgio Moro de irregularidades na operação lava-jato.
Glenn E. Greenwald é escritor, advogado, jornalista especialista em direito constitucional, famoso militante da classe LGBT e defensor da liberdade individual. Em 2013 junto com Edward Snowden ficou famoso por levar a público a existência dos programas de espionagem da NSA, a agência de segurança nacional dos EUA. Em 2014 defendeu internacionalmente a narrativa de golpe de estado no Brasil. Igualzinho ao PT e todos os demais partidos de esquerda condenados e ainda não condenados da lava-jato.
Especula-se que Snowden é um agente do serviço de inteligência russa. Greenwald também poderia ser acusado de espionagem por ter participado na facilitação das revelações dos documentos da NSA e por viagens de Snowden para a China, conforme matéria:
Greenwald é casado com o deputado federal Davi Miranda, que em 2013 foi detido pela polícia britânica, durante uma conexão em Londres, sob a acusação de espionagem. Na câmara, Davi Miranda é autor e co-autor de diversas medidas para impedir a aprovação da nova previdência, bem como de muitas outras com claro propósito de criar obstrução nas votações dos principais projetos do governo. Mais detalhes podem ser vistos no perfil https://twitter.com/lsentoes no twitter.
Voltando à pergunta: Sérgio Moro, herói caído?
Uma vez contextualizado quem são os agentes de todo esse imbróglio, fica mais fácil conjecturar a respeito das intenções da matéria publicada pelo The Intercept Brasil e quem são os interessados nessa narrativa que tenta colocar o ex-juiz Sérgio Moro no banco dos réus, invertendo assim toda a ordem lógica da operação lava-jato, colocando os maiores criminosos desse país nas ruas e os maiores heróis na prisão. É o poste mijando no cachorro.
Some-se tudo isso a todas as investidas da esquerda em minar a credibilidade do novo governo. Desde a tentativa de assassinato do presidente da república durante a campanha eleitoral, todas as tentativas de associá-lo a supostos crimes cometidos por um de seus filhos, à narrativa de incompetência na articulação com o congresso até as inúmeras obstruções e atrasos criados pela oposição para minar e atrasar as propostas mais urgentes para a recuperação financeira do país.
A revolução do povo brasileiro mexeu com gente muito poderosa e corrupta, gente sem escrúpulo algum, capaz de tudo para manter seu poder sobre o Brasil e a América Latina. O Foro de São Paulo com todos os seus associados e parceiros (que não são poucos e nem irrelevantes) e todos que se beneficiavam direta e indiretamente de seu exercício do poder, estão empenhados em destruir tudo que o povo brasileiro conquistou nos últimos meses.
A quem interessa a crise e a queda de Moro?
Uma crise política e econômica no Brasil interessa a todos os acima citados. A queda de Moro seria o fim da lava-jato e a volta ao poder de todos os que foram presos através dela. Um Brasil enfraquecido e em crise favoreceria a geo política russo-chinesa de influência na América Latina através do seu fantoche Venezuelano e cubano, acirrando ainda mais os ânimos da Russia e da China contra os EUA. Há muito mais em jogo do que apenas o Brasil e o governo Bolsonaro. Existem muitas coisas dependentes do sucesso e continuidade da lava-jato, bem como do governo Bolsonaro, e o Sr Greenwald e seus amigos do The intercept e alguns da grande mídia brasileira sabem perfeitamente disso.