O processo de desinformação por parte das classes falantes que dá origem à espiral do silêncio, denominação assim dada pela cientista política Elisabeth Noelle-Neumann, não se dá pela seletiva NÃO divulgação de determinados fatos importantes — como as ações do Foro de São Paulo — combinada com a seletiva divulgação de fatos de nula relevância, mas precisamente através da freqüência com que se fala destes fatos importantes e dos não importantes ou do desprezo que se dá a estes.
Não se pode dizer, por exemplo, que a Folha, o Globo e o Estadão jamais mencionaram o Foro de São Paulo durante os quase 30 anos de sua existência, pois até a este detalhe o senhor Octavio Frias Filho prestou a atenção. De fato algum artiguinho ou outro foi publicado em alguns dos referidos jornais. Contudo, não podemos dizer que a importância que se foi atribuída ao Foro de São Paulo seja a mesma atribuída, por exemplo, às supostas torturas do antigo regime militar, mesmo depois de mais de 30 anos de seu término; fazendo com que os assuntos ligados ao Foro de São Paulo simplesmente não circulem na boca do povão, mas simplesmente acabem mofados em gavetas de redações.
Por Lucas Nicodem.
