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Friday, April 19, 2024

A independência brasileira vista de Portugal

O processo de intenções de declaração da independência brasileira começou à altura das invasões francesas. Quando D. João VI regressou do Brasil a Portugal, tal ruptura já seria inevitável. Os meios intelectuais e econômicos brasileiros estavam submetidos aos separatistas: a prosperidade econômica destoava do mau bocado por que passava a pátria-mãe, de tal sorte que o próprio D. Pedro IV de Portugal teria afirmado que seria ela quem deveria unir-se ao Brasil, e não o contrário.
Citando José Bonifácio de Andrade e Silva como o “patriarca da independência”, José Hermano Saraiva, em seu livro “História concisa de Portugal”*, lhe confere a paternidade do prestígio da instituição real em prol da unidade política do Brasil, evitando a tendência separatista vigente, a qual as Cortes Constituintes de Lisboa, ao defenderem as juntas locais, ameaçavam encorajar.

Assim, tão logo D. João VI comunicara às cortes ter sido delegada a regência do Brasil ao príncipe herdeiro, os deputados, não tendo reconhecido ao rei tal autoridade, decretaram a volta de D. Pedro IV a Portugal (havia quem discutisse enviar o infante em viagem pela Europa): as províncias brasileiras, diretamente dependentes de Lisboa, assegurariam o Governo; findariam-se os tribunais de última instância que D. João VI inseriu no Brasil; e haveria para lá uma expedição militar para acabar com a resistência à autoridade portuguesa.
O epiléptico D. Pedro IV, cuja educação deu-se “à rédea solta” e muitas responsabilidades lhe foram sendo impostas ao cargo dos anos (tendo tornado-se D. Pedro I do Brasil e, futuramente, o duque de Bragança, peça chave no liberalismo português), ao receber notícias de Lisboa sobre os decretos das Constituintes, apressou-se em dar o grito do Ipiranga.

 

*SARAIVA, J. H. História Concisa de Portugal. Publicações Europa-América. 25ª edição.